Começo agora no CTRL+PELS uma postagem colaborativa.
Yugo Motta Aragão está no 6º período de Publicidade e Propaganda da PUC-Rio e enviou uma análise dos 2 comerciais abaixo. Veja os filme e em seguida segue o texto do Yugo.
O comercial "Sinceridade" da Kaiser, elaborado pela Fischer América + Fala! é um ótimo exemplo de uma criação engraçada, mas que não passa nenhum conceito da marca. Antes de mais nada, o comercial é realmente engraçado. Ele chama atenção logo de cara quando vemos homens sendo sinceros demais, até com coisas que não deveriam ser jamais. E esse espanto, essa surpresa, faz com que o telespectador fique preso à propaganda. E como as piadas e a redação publicitária são realmente boas, a primeira instância julgamos o comercial "bom", "muito engraçado".
Mas quando paramos para pensar, o que fez deste comercial exclusivo da Kaiser? Na minha opinião, se fosse a Bavaria ou a Itaipava em seu lugar, o roteiro funcionaria da mesma forma (talvez a única relação concreta com a cerveja é o velhinho que sempre participa dos seus comerciais). O que eu quero dizeR é que não há uma identidade Kaiser e nem um conceito forte sendo passado por trás desta criação. Para exemplificar melhor, vou comparar com o comercial "Churrasco" da Skol. Esta criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi é um exemplo perfeito de um comercial engraçado que passa um conceito, uma identidade da marca. Durante toda a duração da propaganda nós vemos piadas engraçadíssimas em relação a situações corriqueiras de um churrasco, mas com algumas relacionadas a Skol. Como: "Tem sempre alguém que traz cerveja quadrada e quer beber Skol.". Então existe uma relação diferente do comercial da Kaiser: no da Skol há uma constante procura da redação publicitária de fazer piadas boas e que se relacionem com a marca. Já no da Kaiser, as piadas são engraçadas e ponto.
O comercial da Skol traz consigo um conceito: "Porque redondo é rir da vida", ou seja, achar graça nos momentos mais usuais de nossas vidas. Logo, esse comercial é dela, nenhuma outra marca poderia fazer algo parecido sem ter um conceito. E qual é o conceito que está sendo passado no da Kaiser? "Kaiser, sempre gostosa."
Então qual é a relação feita com o comercial? Nenhuma. Portanto, por mais que a criação da Fischer América + Fala! tenha sido engraçada, ela é vazia de conceito e de relação com a marca. Então, no final, quando o consumidor for pegar uma Kaiser ou uma Skol na gôndola de um supermercado, aposto que o comercial que vai vir na cabeça dele é o da cerveja redonda. Por que o da "Sinceridade" poderia ser de qualquer cerveja.
E o que podemos tirar desta análise? Que caso uma criação não seja bem elaborada e tenha uma relação com a marca que seja aparente, nem que subjetivamente, o seu objetivo principal não vai ser atingido: o de vender o produto.
===============================
PS: comentei com Yugo que embora ambos sejam bons comerciais, do ponto de vista criativo, O que provavelmente acontece, ou acontecerá, é que as pessoas se recordarão da história, mas muito certo que não se lembrem da marca da cerveja.
Como digo em sala de aula o filme da Kaiser é o típico comercial onde "a situação ficou muito melhor do que o produto".
E aí, tem alguma coisa para colaborar com o blog? É só mandar para danipels@gmail.com
Yugo Motta Aragão está no 6º período de Publicidade e Propaganda da PUC-Rio e enviou uma análise dos 2 comerciais abaixo. Veja os filme e em seguida segue o texto do Yugo.
O comercial "Sinceridade" da Kaiser, elaborado pela Fischer América + Fala! é um ótimo exemplo de uma criação engraçada, mas que não passa nenhum conceito da marca. Antes de mais nada, o comercial é realmente engraçado. Ele chama atenção logo de cara quando vemos homens sendo sinceros demais, até com coisas que não deveriam ser jamais. E esse espanto, essa surpresa, faz com que o telespectador fique preso à propaganda. E como as piadas e a redação publicitária são realmente boas, a primeira instância julgamos o comercial "bom", "muito engraçado".
Mas quando paramos para pensar, o que fez deste comercial exclusivo da Kaiser? Na minha opinião, se fosse a Bavaria ou a Itaipava em seu lugar, o roteiro funcionaria da mesma forma (talvez a única relação concreta com a cerveja é o velhinho que sempre participa dos seus comerciais). O que eu quero dizeR é que não há uma identidade Kaiser e nem um conceito forte sendo passado por trás desta criação. Para exemplificar melhor, vou comparar com o comercial "Churrasco" da Skol. Esta criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi é um exemplo perfeito de um comercial engraçado que passa um conceito, uma identidade da marca. Durante toda a duração da propaganda nós vemos piadas engraçadíssimas em relação a situações corriqueiras de um churrasco, mas com algumas relacionadas a Skol. Como: "Tem sempre alguém que traz cerveja quadrada e quer beber Skol.". Então existe uma relação diferente do comercial da Kaiser: no da Skol há uma constante procura da redação publicitária de fazer piadas boas e que se relacionem com a marca. Já no da Kaiser, as piadas são engraçadas e ponto.
O comercial da Skol traz consigo um conceito: "Porque redondo é rir da vida", ou seja, achar graça nos momentos mais usuais de nossas vidas. Logo, esse comercial é dela, nenhuma outra marca poderia fazer algo parecido sem ter um conceito. E qual é o conceito que está sendo passado no da Kaiser? "Kaiser, sempre gostosa."
Então qual é a relação feita com o comercial? Nenhuma. Portanto, por mais que a criação da Fischer América + Fala! tenha sido engraçada, ela é vazia de conceito e de relação com a marca. Então, no final, quando o consumidor for pegar uma Kaiser ou uma Skol na gôndola de um supermercado, aposto que o comercial que vai vir na cabeça dele é o da cerveja redonda. Por que o da "Sinceridade" poderia ser de qualquer cerveja.
E o que podemos tirar desta análise? Que caso uma criação não seja bem elaborada e tenha uma relação com a marca que seja aparente, nem que subjetivamente, o seu objetivo principal não vai ser atingido: o de vender o produto.
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PS: comentei com Yugo que embora ambos sejam bons comerciais, do ponto de vista criativo, O que provavelmente acontece, ou acontecerá, é que as pessoas se recordarão da história, mas muito certo que não se lembrem da marca da cerveja.
Como digo em sala de aula o filme da Kaiser é o típico comercial onde "a situação ficou muito melhor do que o produto".
E aí, tem alguma coisa para colaborar com o blog? É só mandar para danipels@gmail.com
Comentários
Já a Skol indentifico a cerveja até pela locução do VT